claudemir pereira

Disputa pelo Palácio Piratini, MDB gaúcho e o 'fator Schirmer'


Foto: Divulgação

Alceu Moreira é o presidente estadual do MDB. E postulante ao governo do Estado pela sigla. Aparentemente, estava tudo certo. Até 4 de dezembro, o partido faria (e o mais recente deles foi em Santa Maria) uma série de encontros regionais. Neles, encaminharia a elaboração de um plano de governo para o Rio Grande, e chancelaria Moreira como o concorrente ao Piratini.

De repente, de mês e pouco para cá, descobriu-se que o presidente, o líder maior do partido no Estado pode até liderar a sigla, mas nem todos o querem concorrendo ao Piratini. Contradição? Talvez. Mas não é novidade no partido.

O fato é que, de lá para cá, noves fora José Ivo Sartori (que diz não querer) - a única unanimidade -, já se articularam prévias, a ser realizadas em fevereiro, e nomes são lançados como potenciais concorrentes. Moreira não desistiu. Nem parece propenso a isso. Mas, se for, Gabriel Souza, presidente da Assembleia, está de prontidão para ocupar o lugar, inclusive em disputa interna pelo voto.

Ah, pelo caminho, surgiram os nomes dos cristãos-novos (ou recém-chegados ao emedebismo) Roberto Argenta e José Cairoli. Consta não haver entusiasmo por isso. Então, o jeito é lançar outro nome, quem sabe de maior calibre político interno.

É aí que entra o chamado fator Cezar Schirmer. Que já foi candidato a prefeito de Porto Alegre, elegeu-se duas vezes em Santa Maria, e agora é vereador eleito (não chegou a assumir, chamado que foi para o secretariado do prefeito Sebastião Melo) da Capital. E com indiscutível história no MDB do Rio Grande do Sul.

Foi deputado estadual e federal, presidiu a sigla e faz parte de um conjunto de militantes tidos como "históricos". Como, aliás, também é Alceu Moreira, mas enfim... Fez menos votos que o projetado para o Legislativo do "porto dos casais". Há quem diga que seja porque ainda enfrenta sério desgaste por conta da tragédia da Kiss, que aconteceu no primeiro mês do segundo governo dele em Santa Maria. Talvez. Quem sabe. É possível.

De todo modo, seu nome sempre é jogado na rede quando há crise de identidade no MDB. Exemplos recentes foram o lançamento dele a prefeito (com direito a jantar e tudo) de Porto Alegre e, antes, como eventual substituto de secretários de Estado emedebistas. Seria o caso de agora? Sim, porque os bolsonaristas do MDB (muitos deles "históricos", em peso, estão com Schirmer. Inclusive os que gostariam mesmo é de apoiar Luiz Carlos Heinze, do PP. É um núcleo minoritário, mas não pequeno.

Palpite claudemiriano: Cezar Schirmer até pode ser candidato do MDB ao Governo do Estado. Mas disputar prévias? Nananinanão!

O Emedebê em três notas: Tubias, Fantinel e Restinga

TUBIAS - Ainda repercute, e muito, o encontro emedebista do último dia 29, na comuna. Exemplo? Tubias Callil até pode não querer (há quem dia que quer), mas seu nome foi lembrado por pelo menos um graúdo, para concorrer à Câmara dos Deputados. No caso o secretário de Desenvolvimento Econômico (e deputado estadual) e ex-presidente do MDB/RS, Edson Brum.

De todo modo, concorrendo ou não, o vereador fica em evidência - inclusive para 2024. Mais até do que o ex-vereador e candidato a vice-prefeito Francisco Harrisson, que supostamente teria a preferência, se quiser concorrer a deputado federal.

FANTINEL - Diferente da disputa federal (em que também haverá a concorrência de um punhadão de forasteiros com apoio local), para a Assembleia Legislativa aparentemente está consolidada, muito mais que em 2018, a candidatura solitária local do deputado em exercício Roberto Fantinel.

Além de ver alinhados os parceiros da boca do monte, Fantinel (foto) se coloca como pretendente único de uma região bastante ampla, incluindo também a Quarta Colônia e o Vale do Jaguari. Concorrência como a enfrentada no pleito anterior, ao que tudo indica, só mesmo com os adversários. Aparentemente.

RESTINGA - O evento santa-mariense do MDB, que já fez vários outros pelo Estado, esteve entre os campeões de audiência interna. E também, disseram várias fontes, o mais organizado de todos, nos últimos tempos. Ponto para a presidente local do partido, Magali Marques da Rocha.

Também chamou a atenção, entre os cerca de 700 participantes (inclusive extra-MDB), a delegação de Restinga Sêca, do prefeito Paulinho Salerno e do vereador (e presidente nacional da Juventude do MDB) Norton Soares. Só a comuna da Quarta Colônia lotou um ônibus com militantes emedebistas.

Ricardo Jobim: candidatura ou não definida até dezembro

As palavras a seguir são do deputado estadual Giuseppe Riesgo, em contato eletrônico com o escriba. Ele era questionado sobre a entrada do Novo no jogo eleitoral para o governo do Estado e a possibilidade dele próprio ou de Ricardo Jobim, advogado santa-mariense cujo nome foi aventado na quarta-feira, concorrerem ao Piratini.

Falou o parlamentar, textualmente: "Eu não poderia concorrer a governador nem que quisesse (sorriso). Precisa ter 30 anos ou mais (mais sorrisos). Eu concorro à reeleição mesmo. Sobre a questão (do Ricardo Jobim), infelizmente, não consigo te passar nada novo".

Dito isto, o que é fato ou versão.

Na primeira situação está a decisão do Novo de, sim, apresentar nome para o Palácio Piratini. No mínimo para alavancar o partido e chamar votos para o pleito proporcional, tanto à Assembleia, para a qual concorre Riesgo, quanto à Câmara (que terá Fábio Osterrmann, atual deputado estadual, como candidato).

Já em relação à versão, embora seja verdade que Jobim pretenderia concorrer ao Senado (algo descartado pelo Partido) ainda não há definição sobre a candidatura dele ao governo. Ele próprio "come em tranca". Mas uma decisão deve acontecer até o início de dezembro.

O resto? É o resto.

LUNETA

TUCANOS

Militância gaúcha do PSDB não esconde o entusiasmo com o que consideram um crescimento importante da candidatura de Eduardo Leite nas prévias do partido ao Planalto, que acontecem no dia 21. Já os aliados locais esperam pelo resultado para definir os apoios (ou não) aos tucanos na eleição estadual. Há quem diga que uma eventual vitória interna do governador facilitaria as alianças provinciais. Pooois é.

À ESQUERDA

Ninguém faz muita questão de divulgar. Tanto que foi quase por acaso que circulou publicamente uma foto de um papo entre Manuela D'Ávila, líder comunista do B, e Edegar Pretto, deputado petista pré-candidato ao Piratini. Mas o fato é que os dois partidos, e também o PSB de Beto Albuquerque, têm conversas cotidianas a propósito de 2022. Vai dar acordo? Ninguém ousa afirmar. Ainda.

À DIREITA

É grande o nervosismo no lado destro da política gaúcha, com pelo menos dois fortes (e adversários) pré-candidatos a governador. E não é para menos. Afinal, tem muita gente dependendo de uma decisão ainda não tomada pelo Presidente da República, Jair Bolsonaro. Este, dia sim, dia não, oscila entre aderir ao PP ou ao PL ou até, há quem diga, mesmo que a possibilidade seria mais remota, ao Republicanos.

À DIREITA II

Se Bolsonaro entrar para o PL, facilita a vida de Ônix Lorenzoni, hoje no DEM e futuro integrante da sigla e que pretende virar governador. Com ele seguirão também, como já confidenciou a colegas o vereador Manoel Badke, ele próprio e outros demistas graúdos da boca do monte. Já se o presidente optar pelo PP, o grande vitorioso será o outro candidato destro ao Piratini, o senador Luis Carlos Heinze.

PARA FECHAR

O acordo interno do PC do B está funcionando, com a perfeita interação entre dirigentes e seus parlamentares. Sim, o titular Werner Rempel abriu mão outra vez (antes foi em maio) e em novembro o partido tem como vereadora a professora Maria Rita Py Dutra. O período, inclusive, foi propositalmente escolhido, pois este é o mês da Consciência Negra. Ponto para os comunistas do B.

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